domingo, 6 de junho de 2010

Robert Frank

Como minha primeira postagem ( e ainda para me familiarizar com o blog) resolvi falar sobre o Robert Frank (86), que foi a minha ultima "grande" pesquisa (para o Fotobiografia do IFOTO). Quando comecei a pesquisar sobre ele ia me surpreendendo cada vez mais, Robert Frank pra mim, foi como uma caixinha de surpresa. Vocês vão entender o porque.



Robert Frank, nasceu em 09 de novembro de 1924, em Zurique na Suiça. Começou seus estudos sobre a fotografia bastante jovem (não sabemos se Frank se interessou por outros assuntos). Seu primeiro livro, encadernado a mão, era na verdade seu portfolio, que usava para mostrar seus trabalhos, com 40 fotografias autorais.

Por volta dos anos 50, Robert Frank ganha o mundo e vai para os Estados Unidos, mais precisamente em Nova Iorque, onde foi apadrinhado por grandes fotógrafos da época, como Walker Evans, lá, Robert trabalhou para a revista Happer`s Bazaar, na época, tinha o Alexey Brodovitch como diretor de arte, que foi quem selecionou Robert Frank para fazer as fotografias.



O estilo fotográfico "de moda" não agradava muito Robert Frank. O estúdio (ambiente que muitos fotógrafos gostam), as fotos cheias de regras, e limitações, sapatos, bolsas, roupas, o ocupava e o prendia. Não era exatamente o que Robert estava procurando, e aHapper`s, então, pra ele, durou menos de um ano. Aquele trabalho na verdade, deu a ele vontade e coragem de sair viajando e fotografando pela America do Sul e Europa. O que resultou em um trabalho belíssimo, "Black, White, and Things", livro sem legendas, com fotografias que quebravam os padrões da época, que transformavam um cotidiano "entranho", "diferente", Frank gostava de deixar algo que o espectador pudesse interpretar, sem interferências de palavras. Sem fotografias muito claras. Algumas de suas fotografias, enviou para a Revista LIFE, na esperança de uma publicação, mas foi rejeitado, a LIFE não tinha a mesma linha fotográfica que Frank, e mostrava os americanos em sua forma tradicional de ser.



Foi então, quando Robert Frank se inscreveu para a bolsa "John Simon Guggenheim Memorial Foundation", na época, Walker Evans participava do conselho e já havia sido patrocinado com uma bolsa Guggenheim, e escreveu a favor do projeto de Robert Frank ("um estudo visual de uma civilização"), que possibilitou a publicação de "The Americans".
Para a realização do projeto, Frank viajou entre os anos 1955, 1956, por mais de 34 estados americanos, dentre eles Miami Beach, Las Vegas, San Francisco e Detroid (o seu lugar favorito, por ser a capital dos automóveis - na época). Robert usou mais de 28.000 negativos (eu não tenho nem idéia do que são 28.000 negativos), passou mais de 18 meses selecionando essas imagens, passou então, mais tempo selecionando do que fotografando. (é a parte que eu mais admiro).
Resultado: "The Americans" com 84 fotografias, narrado por Jack Kerouac (conhecido por On the Road, na época) seu companheiro de viagens e projetos.



Na época, Robert Frank foi visto como ante patriota, ante americano. Nos anos 50 (e até hoje, a realidade é a mesma) os americanos estavam acostumavam (preferiam) a se ver em fotografias tradicionais, como em comemorações a Ação de Graças, e o que Robert Frank fazia, era mostrar a realidade que eles não queriam ver. Racismo, Desigualdade Social e econômica, aspectos políticos, tudo em imagens granuladas (a película já o favorecia), com desfoque, muitas sombras (o P&B também o favorecia) e muitas vezes com o foco em locais inesperados.



Essa imagem, de "The Americans" é sem dúvida a minha favorita. Sharon Goldstein, com 15 anos, era a "moça do elevador", depois de 50 anos, em uma exposição de comemoração ao livro, Sharon, 50 anos mais velha, se depara com sua foto, e afirma "ele viu em mim, algo que a maioria das pessoas não vê". Imagem composta por desfoques, QUE dão alusão aos "fantasmas".



Depois de um obra bem sucedida Rober Frank passou a usar imagens em movimento para dar vida ao seu olhar com relação ao mundo e sua própria vida, passou anos, depois de 1958 (ano da primeira publicação de "The Americans"), fazendo curtas, video clipes (Rolling Stones), ousando, testando, aprimorando, expondo. Desde o seu primeiro curta "PULL MY DAISY", até sua ultima obra "True Story" (2004), com ótimas obras, utilizando a fotografia da sua melhor forma, com o melhor objetivo, passando a espontaneidade da famosa "Beat Generation", vivendo a vida profundamente, digamos que Robert Frank sempre será lembrado por "The Americans", que, claro o eternizará!

4 comentários:

  1. excelente trabalho de pesquisa realizado por uma excepcional profissional! O blog certeza será mais um sucesso seu meu amor! =**** mmmuah

    ResponderExcluir
  2. Um salve ao Robert Frank.

    E à autora da matéria vulgo minha irmã!

    Vai bombar

    ResponderExcluir
  3. Parabéns, amiga!
    Fotografia de moda é o que há, e a sua tendência é ir cada vez mais estudando e se especializando nisso mesmo...vc já é uma ótima profissional, não tenho nem dúvidas do seu sucesso daqui a algum tempo! =]

    beeeeeijos!

    ResponderExcluir
  4. Gata, amei o post.
    Conhecia muito pouco dele, mas já tinha visto algumas fotos de uma exposição que ele fez com a Diane Arbus (uma das minhas fotógrafas favoritas da época), que também trabalhou do Happer`s Bazaar.
    É ótimo saber que sempre houve essa panelinha do bem que se preocupava em deixar o óbvio em casa e partir pras experimentações.

    ps: semestre que vem deixarei na Central um filme sobre ela pra gente ver ;)

    ResponderExcluir